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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Hormônio Anti-Mülleriano e a FIV

A idade reprodutiva feminina é avaliada de acordo com a quantidade e a qualidade dos óvulos. Além da idade, existem diversos parâmetros como níveis hormonais e medidas ultrassonográficas que são utilizados para predizer a reserva ovariana.

No terceiro dia do ciclo, a dosagem basal dos hormônios FSH, inibina-B e Anti-Mülleriano tem auxiliado os médicos nos processos de reprodução assistida a avaliar a qualidade da resposta ovariana que irão encontrar após a estimulação com gonadotrofinas.

Os primeiros parâmetros medidos através da ultrassonografia são o volume ovariano e a contagem de folículos antrais. Considerando-se mínima uma contagem de dez folículos na soma dos dois ovários para a obtenção de taxas adequadas de gestação.

Sabe-se que os níveis de FSH aumentam à medida que a mulher se aproxima da menopausa, pelo simples fato de que com uma menor quantidade de folículos disponíveis, o corpo precisa de cada vez mais hormônio para conseguir uma resposta ovariana. Desta forma, um FSH alto está associado a baixas taxas de sucesso em técnicas de reprodução assistida. Os valores considerados normais variam entre 3,0 e 10,0 UI.

O hormônio Anti-Mülleriano é produzido pelos folículos ovarianos em crescimento, por este motivo é considerado um dos melhores marcadores endócrinos na determinação da qualidade e quantidade da reserva ovariana.

Acredita-se que as alterações dos marcadores da função ovariana feminina têm início com um declínio dos níveis séricos do hormônio Anti-Mülleriano, seguido pela diminuição de inibina-B e, por último, o aumento de FSH.

Estes estudos sugerem que o HAM, que é produzido pelos ovários, não só está fortemente associado com a produção de oócitos depois da estimulação ovariana em ciclos de Fertilização in Vitro, como já comprovado em estudos anteriores, mas também está associado com a qualidade do oócito, fazendo disso um prognóstico positivo para os resultados do tratamento.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

04/10/2010: Robert G. Edwards ganha Nobel de Medicina

Os estudos de Robert G. Edwards, criador do método de Fertilização In Vitro, representaram uma "revolução" no tratamento da infertilidade. O embriologista britânico, foi anunciado em Estocolmo, na Suécia como o vencedor do Prêmio Nobel de Medicina de 2010 por suas pesquisas sobre a Fertilização in vitro (em laboratório).

Conhecido como "pai" do primeiro bebê proveta, a britânica Louise Brown (em 1978), Edwards começou suas pesquisas sobre fecundação em meados da década de 1950, e seu trabalho possibilitou o nascimento de 4 milhões de pessoas. Segundo o Instituto Karolinska, que o escolheu como vencedor do Nobel, o britânico conseguiu, com seus estudos, vencer "desafios monumentais" no campo da ciência, e a "forte oposição do sistema", que alegava obstáculos éticos.

Ao longo dos anos, Edwards deu resposta a grandes questões científicas, como, se seria possível extrair o óvulo do corpo da mulher, quando ele estaria preparado para ser fertilizado e como os espermatozóides poderia ser ativados para fecundarem o óvulo.

Seu êxito representou uma "revolução" no tratamento da infertilidade, que de acordo com o Instituto Karolinska é um problema que afeta na atualidade cerca de 10% dos casais de todo o mundo e gera estresse, ansiedade e depressão em milhões de pessoas.

Nascido em Manchester em 1925, Edwards estudou biologia na Universidade de Gales e na de Edimburgo. A partir de 1958, começou a trabalhar no processo de reprodução humana. Em 1963, na cidade de Cambridge, fundou, junto com Patrick Steptoe, o primeiro centro de pesquisas para a fecundação in vitro.

                                               
                                                                  Robert G. Edwards

Mini-FIV: o barato pode sair caro?

Nova técnica de fertilização utiliza menos medicações e estimula menos óvulos. A vontade de ser mãe e a dificuldade para engravidar não escolhem classe social. Segundo dados publicados no Jornal Americano de Reprodução Humana, um em cada sete casais apresenta problemas de fertilidade e, em alguns casos, a reprodução assistida figura como tentativa quase exclusiva para realizar o sonho da concepção.

Os altos custos do procedimento – entre R$ 15 mil e R$ 30 mil – dificultam o acesso da maior parte da população. Como consequências diretas, a técnica passou a ser encarada como “elitista” e as clínicas públicas que a oferecem (são apenas quatro em todo o País) reuniram filas de espera de mais de três anos por conta da grande demanda de pacientes.

Alguns anos para cá, calculam os especialistas, a medicina reprodutiva passou a buscar uma maneira de atrair um número maior de clientes e democratizar o acesso à técnica. Entre as estratégias, nasceu a “Mini Fertilização In Vitro (Mini FIV)”, desenvolvida por um médico japonês Osmau Kato, que agora já pode ser encontrada em algumas clínicas particulares brasileiras.

A FIV há mais tempo em utilização no mundo usa muitos medicamentos para produzir um número muito grande de óvulos e, assim, ampliar a chance de fecundação. A cada dez óvulos produzidos pós-estimulação, somente os três primeiros têm melhor qualidade e podem ser usados com segurança na fertilização, assim poderia usar menos medicações, estimulando um número menor de óvulos, conseguindo um procedimento até 40% mais barato, sendo esta técnica batizada de Mini FIV já oferecida em muitos locais.

No entanto, há um alerta: não é apenas o bolso dos interessados que precisa ser analisado antes da indicação. Cada caso é um caso, a idade da paciente precisa ser analisada, se há alguma doença associada à dificuldade em engravidar e nem sempre a Mini FIV pode ser uma opção.

Lembrando que ela é mais indicada para pacientes com idade inferior a 30 anos. Pois todos estes fatores interferem no preço do tratamento, afinal de nada adianta pagar mais barato se conseqüentemente não obter quantidade e qualidade nos óvulos e a FIV não ter êxito.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A Conquista: Progesterona atrai espermatozóide

Cientistas da Universidade da Califórnia estudaram o que o óvulo feminino faz para “atrair tanta atenção” dos espermatozóides. Os biólogos já sabiam que os óvulos supriam os espermatozóides com algum tipo de encorajamento químico para atraí-los, mas a natureza molecular desta interação continuava difícil de compreender.

Uma pesquisadora e seus colegas refinaram uma técnica para medir correntes elétricas que dirigiriam os movimentos sinuosos da cauda dos espermatozóides. A equipe descobriu que quando o esperma recebe uma dose de progesterona, um hormônio feminino liberado pelas células que revestem o óvulo, a corrente elétrica aumenta e a cauda move mais rápido. Este hormônio também pode estar ligado a um gene da célula do esperma chamado CatSper e isso causa um afluência de íons de cálcio que os propele para frente.

Este descoberta pode servir para criar novos tipos de anticoncepcionais sem hormônio, na forma de drogas que impediriam a progesterona de se ligar ao CatSper. O óvulo perderia um pouco a capacidade de atrair o espermatozóide.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Diagnóstico Pré-Implantacional PGD/DPI

PGD (Pré-Implantation Genetic Diagnosis) que pode ser traduzido como DPI (Diagnóstico Pré-Implantacional) é um exame que pode ser utilizado no processo de FIV – Fertilização “In Vitro”, com o objetivo de diagnosticar nos embriões a existência de alguma doença genética ou cromossômica antes da implantação no útero da mãe. Assim, casais com chances de gerar filhos com problemas como Síndrome de Down, Distrofia Muscular, Hemofilia, entre outras anomalias genéticas, podem descobrir se o embrião possui tais doenças por meio deste exame.

Essa técnica utilizada em tratamentos de fertilidade, consiste na retirada de uma ou mais células do embrião (biópsia embrionária), em laboratório e encaminhada para análise, antes mesmo de ele ser colocado no útero. Este procedimento não afeta o futuro bebê e o resultado pode ser obtido em poucas horas. Embriões com problemas não devem ser transferidos e em casos especiais, o procedimento também pode ser utilizado em mulheres com mais de 40 anos. Nesta idade, as chances de gerar um filho com problemas genéticos são de uma em 40, ao passo que nas mulheres mais novas, até 35 anos, são de uma em 200.

Além de ser utilizada para minimizar as possibilidades de anomalias no bebê, esta técnica também aumenta a probabilidade de resultados positivos na FIV, pois na maioria dos casos, embriões com anomalias são naturalmente descartados pelo organismo materno.

 PGD pela técnica de FISH ( Fluorescence In Situ Hybrydization). Examina até 11 cromossomos. Consiste na retirada de uma célula no terceiro dia de desenvolvimento, quando o embrião, ainda no laboratório, tem ao redor de oito células. Em seguida, esta célula é encaminhada para análise, e o resultado fica disponível antes de os óvulos serem transferidos para o útero. Este exame permite a análise de no máximo 11 cromossomos, que são representados pelos números 13, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 22 e pelos sexuais X e Y. Somente os embriões saudáveis são transferidos.

As preocupações negativas ou controvérsias deste procedimento são os eventuais danos causados ao embrião, as dúvidas quanto a possível diminuição da taxa de gravidez, o descarte de embriões potencialmente saudáveis, pois, erroneamente, pode-se considerar embriões doentes quando, na verdade não o são, uma vez que nem sempre uma única célula retirada para exame representa a totalidade(Mosaicismo).

PGD por Hibridação Genômica Comparativa pela técnica de microarray-a-CGH (microarray- Comparative Genomic Hybridization). Examina os 24 cromossomos.

Estuda os 24 cromossomos (22 pares de cromossomos autossomos denominados com números de 1 a 22 e mais dois sexuais X e Y). Nesta técnica, mais moderna que a anterior, o embrião deve alcançar o estágio de blastocisto (quinto dia de desenvolvimento). São retiradas de 6 a 10 células e por isso o diagnóstico é mais preciso e seguro quando comparado ao anterior, sendo possível identificar um maior número de anomalias, uma vez que são analisados 24 cromossomos.

O a-CGH, também chamado de PGD-24, pode ainda aumentar a chance de sucesso dos tratamentos, pois evita a causa mais frequente de perdas gestacionais que são as aneuploidias embrionárias, além de reduzir o risco de gestação múltipla, pois um número menor de embriões poderá ser transferido. Outra vantagem é que, ao aguardar o desenvolvimento dos embriões até o estágio de blastocisto, pela seleção natural, haverá um menor número de embriões a serem examinados em comparação ao exame PGD-FISH, realizado no terceiro dia, o que pode reduzir o custo.

Entretanto, existe o risco de, ao aguardar até o estágio de blastocisto, não ter embriões para serem transferidos. Isso é frustrante, mas é importante que saibam que tal fato, provavelmente, é apenas uma antecipação de um resultado negativo de gravidez.

 Importante: Estas técnicas não devem se tornar um procedimento de rotina para todas as mulheres que desejam engravidar. Além do alto custo do exame, existem alguns princípios éticos do casal que devem ser respeitados; como, a aceitação de uma seleção natural e a não concordância do descarte dos embriões que apresentarem problemas.

Devem ainda ter indicações restritas às reais necessidades, pois estes exames não são isentos de riscos. Existem controvérsias quanto aos problemas causados por este exame que podem ser maiores ou menores dependendo da experiência dos profissionais que estão realizando o procedimento.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Técnica

A técnica referida comumente como swin-up consiste nos seguintes passos:

a)após liquefação, o sêmen é lavado por centrifugação e o sobrenadante contendo o plasma seminal é descartado;

b)o meio é então gentilmente colocado sobre o pellet formado pelos espermatozóides agrupados no fundo do tubo, ou o pellet é colocado cuidadosamente sob o meio de cultura;

c)durante a incubação, os espermatozóides móveis nadam para o sobrenadante e são coletados na parte superior do meio, enquanto os imóveis e outras células permanecem no fundo.

Esse procedimento permite a coleta de uma fração com um alto número de espermatozóides móveis, a qual se acredita que tenha a mesma quantidade de espermatozóides que chegam ao oócito no trato reprodutor feminino. A inseminação é feita pela adição de um número apropriado de espermatozóides móveis aos oócitos em uma placa de cultura.

Após a incubação (usualmente a noite inteira), os oócitos podem ser examinados para a presença dos pronúcleos masculino e feminino, determinando se a fertilização aconteceu. Quando a fertilização falha, os pronúcleos não são visíveis, e quando a fertilização normal ocorre, dois pronúcleos estão presentes um originário do homen e outro originário da mulher por meio de seus materiais genéticos; quando a fertilização anormal ocorre, três ou mais pronúcleos são visíveis. A presença de um único pronúcleo indica que ocorreu a ativação partenogenética do oócito.

A cultura dos oócitos fertilizados resulta em divisão celular até atingir o estágio de blastocisto. A transferência dos embriões para dentro do útero ou das trompas pode ser realizada em diferentes estágios do desenvolvimento embrionário.

Os resultados de fertilização, desenvolvimento embrionário, e taxa total de gravidez variam em média de 60% a 70%, 70% a 90% e 20% a 25%, respectivamente.Entretanto, tornou-se evidente que a técnica de FIV utilizando a inseminação convencional não mantém constantemente uma taxa alta de fertilização, e as falhas de fertilização ocorrem regularmente, especialmente nos casos de fator masculino.
 


Como procede a FIV??

Como resultado de décadas de trabalho experimental pioneiro, a primeira fertilização in vitro (FIV) com sucesso foi obtida em coelhos, em 1959. Por sua vez, a primeira gravidez em humanos e o primeiro bebê nascido por essa técnica foi relatado por Steptoe e Edwards em 1978.

Um ponto importante para o sucesso do desenvolvimento da FIV foi a utilização dos sistemas de cultura de células e tecidos in vitro. Os componentes comuns a todos os meios de cultura eram sais, tampões, água e uma fonte de energia. Vários meios eram baseados na simples fórmula desenvolvida anos atrás por Ringer, Earl e Eagle com a adição de piruvato, glicose e albumina. Esses melhoramentos nos sistemas de cultura resultaram em taxas de desenvolvimento de embriões na fase de pré-implantação de até 80% a 90%.

A FIV, em humanos, utiliza normalmente a estimulação hormonal ovariana da mulher para obter um número maior de oócitos, ao invés de um oócito como no ciclo natural. A estimulação hormonal ovariana nos dias atuais tipicamente inclui o uso de agonistas do fator liberador de gonadotrofinas e hormônio folículo estimulante (FSH) natural ou recombinante.

Quando os folículos atingiam o diâmetro adequado(19 a 22mm), era feita a administração da gonadotrofina coriônica humana (HCG), a qual tinha uma ação similar ao hormônio luteinizante(LH), ajudando na manutenção nuclear final dos oócitos. Os oócitos eram coletados por laparoscopia, porém hoje são coletados por uma guia acoplada ao ultra-som transvaginal. Os espermatozóides do ejaculado eram coletados no dia da coleta dos oócitos.

Depois da coleta, os espermatozóides requeriam certas condições durante a preparação, que permitiam a capacitação espermática. O procedimento geralmente envolvia um período de meia hora para liquefação, após o qual a remoção do líquido seminal era feita, por meio da lavagem da amostra seminal. O tempo de incubação, pH e a composição do meio de incubação parecem ser fatores críticos para a indução da capacitação in vitro.

Em humanos assim como em outras espécies, técnicas especiais foram utilizadas para melhorar a motilidade e a morfologia espermática pelo processo de seleção, a fim de aumentar a habilidade dos espermatozóides de fertilizar oócitos.
 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O que é?

A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica que consiste na colocação, em ambiente laboratorial, (in vitro), de um número significativo de espermatozóides, 50 a 100 mil, ao redor de cada ovócito , procurando obter pré-embriões de boa qualidade que serão transferidos, posteriormente, para a cavidade uterina. Inicialmente restrita às mulheres com obstruções das trompas, hoje a FIV é utilizada como opção terapêutica para casais com fatores masculino, imunológico, ovariano e com endometriose, entre outras causas.